A Decson surgiu em 1957, na cidade paulista de Jaboticabal, quando Altino Salviano de Paula recebeu como pagamento de dívida, alguns aparelhos de gravação de áudio, já na época, obsoletos. Com eles, Altino e seu filho mais velho, o Dario, começaram a gravar sons de casamentos, aniversários e outros eventos, mas, devido à precariedade dos equipamentos, desistiram. Três anos após, ainda apostando nessa atividade, retomaram o empreendimento, com a compra de novos aparelhos e com o ingresso do filho mais moço, o Décio. Após o seu casamento, não muito tempo depois, o Dario deixou a sociedade.
Mais ou menos na mesma época, o Décio recebeu de um candidato político, pedido para gravar um Spot para a sua campanha. Um superdesafio! Pra se ter uma ideia, o Décio teve que consultar amigos profissionais de rádio para saber, afinal, que bicho era esse tal de spot, absolutamente novo para ele que só gravara, até então, eventos sociais. Não demorou muito e lá estava o Décio junto com um locutor, no centro de um estádio de futebol, gravando o tal de spot. Uma manobra inteligente para driblar a falta de um estúdio e os consequentes problemas de acústica. Pois, além de silencioso, o amplo espaço, livre de paredes, minimizava os excessos de reverberação.
Comerciante nato, o Décio viu ali uma grande chance de estender a sua atividade para a propaganda comercial, uma vez que jingles e spots de qualidade, naquele tempo, eram privilégio de grandes anunciantes, que tinham acesso às produtoras da capital. E tratou logo de montar um estúdio, ali mesmo, na pensão onde morava, inaugurando assim aquela que seria num futuro breve, a primeira produtora de gravações musicais fora do eixo Rio-São Paulo, na frente de todas as demais capitais brasileiras.
Os primeiros jingles foram vinhetas de intervalos de programação de rádio: próxima atração, hora certa, temperatura, coisas assim. E lá vem desafio! Sem os recursos tecnológicos de hoje, tudo era resolvido como num show ao vivo. Cantores e instrumentos eram posicionados ao redor de um microfone e tudo acontecia em tempo real. O menor erro significava recomeçar tudo, desde a primeira nota musical!
A técnica de “equalizar” ao vivo essa mistura de som era dominada por poucos profissionais dos grandes estúdios e o Décio teve que aprender fazendo. Até depois de juntar recursos para a compra de equipamentos, viu a realização do seu sonho adiada por muitos anos, graças a uma política protecionista e irracional do governo, que barrava importações para esse fim.
Só em 1967, onze anos após os primeiros passos, o Décio juntou as três letras iniciais do seu nome com a palavra, som, e surgiu a Decson. Dois anos depois, já ocupava dois andares de um edifício central de Ribeirão Preto, com equipamentos que, mesmo não sendo, ainda, a fina flor da tecnologia estereofônica, já lhe propiciava colher elogios pela qualidade da Decson, até mesmo junto aos mais bem sucedidos e renomados empresários do meio.
Com o advento do DDD – Discagem Direta à Distância, que passou a permitir comunicação instantânea com agências de propaganda, emissoras de rádio e anunciantes de qualquer parte do Brasil, o Décio saiu na frente mais uma vez. Sem problemas de logística de tempo, a Decson ganhou mercado nacional rodando suas produções do Oiapoque ao Chuí!
Em 1978 , sede própria! Na Avenida Plínio de Castro Prado, 543, onde se encontra até hoje, a Decson construiu o seu núcleo de tecnologia e conhecimento. Conta hoje, com representantes espalhados pelos quatro cantos do País, servindo o mercado com qualidade, criatividade e preços acessíveis.
Falecido precocemente em 2003, Décio Salviano de Paula, aonde quer que esteja por certo está feliz. Dirigida pelos seus filhos, Ricardo e Eduardo, desde 1992, a Decson continua ampliando o seu conceito de empresa que sabe o que quer: figurar sempre entre as melhores produtoras de áudio do Brasil.
Construindo parcerias sólidas, colecionando valores positivos e sempre acreditando na força do trabalho, Ricardo e Eduardo usam com muita sabedoria, a força do DNA de um grande empreendedor.